terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Oração

peço a Deus que me guarde
faça dos pensamentos minha válvula de escape
desse mundo louco que nos destrói aos quebrantos
então me faça mais vivo a cada tropeço que eu levanto

transforme minhas palavras em tatuagens na pele
-de todas as minhas escritas-
só uma passagem breve
multiplique o amor em cada coração 

e nos alivie da dor, maldade 
                               e alienação.

sábado, 15 de novembro de 2014

Dose

Irmão, a vida passa rápido pra colecionar magoa.
Colecione almas a sua volta
Dose sua revolta,
Faça da mente uma blindagem

E do sentimento sua escolta...

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Armado

a vida tem suas particularidades
e por sofrer pela crise de ansiedade
externo tudo o que sinto
-mas só o que há de bom.

rancores e mágoas 
e tudo que me atrasa
tranco na gaveta
-à sete chaves-
pra que a maldade não me enxergue nem com luneta.

pra guerra vou armado com caneta
                                            não bereta...

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Palavras (às "mulheres" da minha vida)

eu falava
você não entendia-
no fundo sabia do meu outro caso.
ao acaso fui me confundindo nas curvas dela,
seu olhar de intrigada secava minha goela
                        e cheio de sede eu cedi aos seus encantos.
Transformou inferno em céu
me guiou quando estava sem norte
por noites traçou minha vida com seus toques
foi arm-lock que sufoca
        estou preso mas ainda posso te sentir
te personifico nesse poema como forma de admiração:
as palavras são como mulheres ingratas pra te atrasar

quanto mais você tenta fugir
mas elas te forçam à ficar...

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Louc(ç)a

moça,
você é louça,
louca.
como lousa
pede pra que escreva em seu corpo.

me sinto Chico em Budapeste
nordestino cabra da peste
que investe no seu gosto.

o oposto me atrai só quando é oriundo da sua pessoa
faça do meu mundo
apenas um segundo

desde que possa te avistar..

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Lux(o)úria

Depois de algum tempo sem escrever com participações, hoje tive a honra de ter participado em uma poesia com meu sempre fiel escudeiro, Pedro Blanco, da página "Poesia de dois Pedros". Chama-se Lux(o)úria. Boa leitura pra vocês.

Lux(o)úria, por Pedro Blanco e Georgios Tsoukas.

Estranho fica o estômago
no âmago
do amor
obsoleto é o esqueleto
do corpo que se foi
viajou

partiu
deixou seus resquícios no frio
viu que seu ofício
era navegar em outros rios
calor
virou frequente temperatura
sabor de ternura e torpor

seu odor de malícia,
me alucina e se solta,
meus versos viram flores
pra esquecer da revolta
- as voltas que dá a solidão
reveza:
desprezos e temores
por carícia e compaixão

agora que tomado
percebeu-se um imbecil
aceitou o destino e sorriu
acostumado em estar acompanhado de rimas e cadernos,
na presença de seus sorrisos
seus versos se tornam eternos
mesmo nesse inferno de dúvidas
e incertezas
só cometerá um pecado:

luxúria em suas presas

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Reencontro

o segredo não é conhecer tudo
mas sim 
saber ser humilde 
e aprender a amar
por que ainda temos
uma vida inteira
-por mais que viva pela metade-

pra nos reencontrar.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Cosmos

os cosmos me afirmam,
expressam e me estressam
de vez em quando.
meus conflitos
são ritos de uma passagem.
a vida não passa de uma longa viagem
-isso independe do tempo que estamos em terra.

entre lamentos e momentos,
procuro algo que me sustente
não algo que aumente 
meu ego.
já me senti um prego
perdido
como cego em tiroteio.
mude seu roteiro
alinhe o espiritual com o racional
mas não se esqueça
-nem por um minuto-
que é necessário voltar ao começo
quando os caminhos se confundem

e os corações se iludem.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Ponto de vista

Boa noite a todos. Sei que cada um tem suas crenças, seus sonhos e seus sofrimentos. Do fundo da alma, respeito a todas opções que qualquer um aceita para si, desde que haja um equilíbrio entre o bem estar próprio e o bem estar do próximo. Felizmente, no meu ponto de vista, não estamos sozinhos no mundo, e, assim sendo, temos que aprender a conviver entre si, e creio sinceramente que, o respeito e, principalmente, a humildade, são alicerces desse castelo. Não quero de maneira alguma repudiar um ou outro pelas escolhas, mas como cidadão de São Paulo, não posso me calar com o resultado vexatório nessas eleições. Pra acabar com esse assunto, até por que o que já passou, passou, resolvi expor meu pensamento no âmbito do rap, que sempre trouxe consigo, mesmo que intrinsecamente, a revolta, a não conformidade com o que andam plantando em nossa sociedade, principalmente nas de menor renda e de menor acesso às oportunidades. Não preciso ir contra os meus valores para tal revolta, meu rap já é minha denuncia. Peço, antes de mais nada, desculpas se ofender a alguém ou a liberdade de escolha de alguém, mas quero alertar uma coisa: o mais cego é aquele que não quer enxergar. Abrir os olhos não adianta se você joga a sujeira pra debaixo do tapete. Bom, é isso. Boa noite a todos. Paz, amor e consciência!

"Na real, a saída disso é o fundo do poço,
Luz no fim do túnel só escurece o calabouço.
O dinheiro do imposto se destina a outros bolsos,
E o povo necessitado, coleciona mais desgosto.

Mas a culpa não é minha nem sua, é tudo complô,
Mesmo depois de anos de conformidade com tanto K.O.
Quem rouba, quem trafica, quem rege a massa,
É castigo pra quem não lê, se esconde e gosta de ser a caça.

Além de raças e credos, nossos medos são suas vitórias,
Nas urnas, financeiramente e na conquista de novas rotas.
Nós estagnamos, vendo nossos filhos na jaula,
Senão é na cadeia, aprisionados no próprio carma.

Faço do verso minha arma que repugna a intolerância,
De quem faz crescer diariamente a ignorância.
Somos Brasil colônia em plena globalização,
Não no sentido econômico, mas sim no da televisão.

A cegueira contamina mais que livro de Saramago,
E a rota de fuga do abismo é escrever e dar meus trago.
Não perca o seu tempo tentando me entender,
Só analisem os fatos e procurem saber:

Não há democracia onde o povo não interfere,
Isso é maquiagem, que expõe o que me fere.
Transfiro pro papiro toda gota que transpiro,
Esse tiro efetuado calou meu último suspiro...

Pffffffff!!!!!"

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Sonho

Não vejo saída, rodo no labirinto,
Minha vida em rotinas, pronto pra ser extinto.
Nada me apetecia, pressinto só dor, não mais alegria,
Em pleno outono, minhas noites são mais frias.

Tento me concentrar, as contas não param de chegar,
Mais um mês que a de luz vai atrasar.
Mas já me acostumei com o escuro,
E nele prevejo todo nosso futuro.

Não tenho dom pra vítima, só relato minha sina,
De tantos tombos, o coração cicatriza.
A fé que me agoniza, empurram o que não precisa,
Deus é todo mundo sorrindo em cada esquina.

Vou, e quero deixar a certeza que a mensagem foi passada,
Se a vida é passagem, me eternizo em mais uma madrugada.
A fio, foi tudo que me alimentou no açoite,
Não queria acordar pois te tive por uma noite...

Pra mim, não basta!!!

sábado, 13 de setembro de 2014

Neura

Bateu uma saudade 

e a neurose não mente,

Quando lembro de nós dois 

E de como tudo se encaixava perfeitamente.


Sei que não vai voltar

Mas meu coração ainda custa a acreditar.

Ainda sigo meu caminho,

E mesmo sozinho,

Tenho aos meu versos pra desabafar.


Não me importo se você vá ler,

Só gostaria de deixar bem claro,

Que em todo caso,


O acaso há de me guiar...


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Afaste-se!

desde os tempos mais primórdios,
só nos injetam ódio, 
depois nos julgam de revoltado sem causa.

cada qual com seu problema,
aprendemos a nos afastar,
distância é algo maior
do que não estar no mesmo lugar.

temos ânsia de contato,
nojo das diferenças,
cada qual com sua crença,
sem uso de artefatos.

meus versos são fatos,
à favor de quem não tem comida no prato.
fale o que quiser,
quero o que minha alma clama,

sem  endereço fixo,
procuramos abrigo no sorriso de quem nos ama...

domingo, 24 de agosto de 2014

Horta

Sou dono de minhas obras, 

e as cobras criadas 

foram pra criação do veneno,


Meus versos são anticorpos

contra esses enfermos.


De tempos em tempos, 

vários testam seu valor,

Com dinheiro, 

Cerveja,

mulher, 

tudo fica à seu favor...


Quando a casa desaba, 

faço das palavras 


minha morada,


Quando sou eu comigo mesmo, 

a luz ainda se propaga...


Minha mente não apaga mesmo com essas praga na minha bota,


Temos que conhecer a chuva pra colhermos nossa horta...

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Balde de água fria!

Não participei e não fui desafiado à adentrar ao Ice Bucket Challenge.

Primeiro, não sou famoso,

segundo, esse "desafio" não cura a doença,

terceiro, nem daria graça a minha participação,

estou acostumado.

Já foram tantos baldes de água fria no trajeto,

que se somados,

encheriam a Cantareira outra vez.

Ou talvez,

encham meus olhos de lágrimas,

ao ver o desperdício de água na América,


E sem um gole dela pro provo na África.


terça-feira, 19 de agosto de 2014

Cabeça erguida, mente limpa e coração aberto.

Cabeça erguida, mente limpa e coração aberto...

Cabeça erguida, pra nunca baixar sua cabeça pra ninguém, isso não significa ser maior, melhor, pior ou menor, significa saber o seu lugar, significa saber que todos tem sua importância e seu valor, saber reconhecer nossas falhas e acertos, saber ser humilde.

Mente limpa, pra nunca se desesperar com seus problemas, com os desafios que a vida nos impõe diariamente.

E peito aberto, pra enfrentar esses desafios, peito aberto pra saber perdoar, peito aberto pra saber em quem confiar, peito aberto pra disseminar o amor para todas as pessoas de forma igual.

Cada um faz o que quer da própria vida de acordo com as escolhas que tomamos. Aprenda que sua família está em primeiro lugar. Aprenda a amar a ti mesmo, aprenda a se respeitar, aprenda a se conhecer, que tudo nessa vida terá uma resposta e um porque.
Aliás, nem percam o precioso tempo de vocês procurando respostas, procurem caminhos, procurem amores, procurem ser o melhor que puderem ser a cada manhã que nascer...

domingo, 17 de agosto de 2014

Inversão.

Mágico como Jordan no último quarto,

Assumo a responsa e não saio derrotado.


Assumo minhas falhas quando faltou atitude,

A humildade me molda a ser um homem menos rude.


Vejo virtudes enquanto procuram pelos meus defeitos,

Seres humanos e o carma de nos contradizermos.


A culpa ta no sistema, a polícia é corrupta,

Ao invés de mudar, esperamos outra postura.


Nada muda se sua acomodação falar mais alto,

Seu ego inflado cai quando quebra-se o salto.


Quando quebram as correntes presas à sua frente,

As que prendiam pés, hoje prendem mentes.


Vemos tudo passar, aproveitamos quando temos mais uma dose,

De bico seco, são, 

a realidade enxágua e faz tudo desabar ao chão.


A casa cai se o que sustenta é abalável,

Ninguém vai cansar quem nasceu pra ser inalcansável.


Como Usain Bolt, Cielo nos 50,

Educação na série B, mas no futebol somos penta.


O que adianta trocarmos a literatura pela bola?

Se preferimos chuteiras ao invés de escolas?!


Trocamos o giz da lousa pra entupir narinas,

A régua mede o passo que o acaso se destina.


Matemática só se usa na biqueira,

Pra contar o movimento do dia, ou os corpos na trincheira.



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

So(u)mos

Sou o perdão no coração puro,
Sou o ódio em cada linha
Sou o rap mais sujo.
Sou amor colhido,
Mágoa reprimida,
Sou um gole de vinho,
E a ressaca da manhã mais linda.

Sou a revolta do Cangaço,
A dor no seu baço,
Sou o traço mais firme que sai do seu abraço.

Sou a angústia da saudade,
A emoção da volta,
A hora de partir,
E a esperança morta.

Sou amor de verão,
Sou calor no coração,
Sou a bala alojada
Quando faz tudo em vão.

Sou dúvida pra quem tem medo,
Sou vontade pro que anseio,
Sou a perdição que vai de encontro ao seio.

Sou inteiro não meio,
Sou meio confuso,
Sou a máscara da vingança,
A voz do excluso.

Sou cafuso, criolo,
Oriental, americano,
Racional, animal,
O tédio do cotidiano.

Sou apogeu, fuga de quem deve,
A permanência da descendência,
Ao Mestre que tu serve.

Sou plebe, sou nobre,
Sou dinheiro, sou pobre,
Sou espírito vagando,
Sou jovem se drogando.

Sou polícia amedrontando,
Sou Black Block, Black Power Hair,
Sou o estado disfarçado,
De bereta com seu affair.

Sou justiça,
Sou a faca que te fere,
Sou o dom da dádiva,
Sou coisa de pele.

Sou poesia de Vaz,
Sou amante da paz,
Sou a guerra por direito,
Sou a fissura no leito.

Sou leitor,
Lendo as pessoas,
E meio louco,
conversando com histórias boas.

Sou verdade, sou omissão,
Sou o olhar de leão,
Sou a fome que abriga
Vários na imensidão.

Sou infinito,
Sou momento,
Sou minuto
Que não perde tempo.

Sou lamento,
Sou a graça,
Sou sustento
E a desgraça
Sou fartura e a falta,
Sou humano,
E máquina.

Sou a vida,
Sou só eu,
O breu que te afoga,
Sou você, a gratidão que dobra.

Somos um só nesse ninho de (s)cobras...


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Da ponte, de onde?

Da ponte, de onde? por Tsoukas e P2P.

Vontade de sumir
do lugar que nunca estive
observo agora o natural em declive...
I Just ask:
Lord, do you save my soul?
na busca exausta
do que realmente sou?
fóssil duro de roer
-se fácil fosse
que graça teria...?
a vida sem nome
jamais se encontraria...-
a ânsia de subir nos obriga a descer
um poço em desatino
sabor petróleo
um progresso reverso
o inverno que voltou
faz-se em versos
no clima de Moscow

Direito administrado
moderno abstrato
abissal superior
inferno nas alturas
tribunal em processo
de um júri (in)seleto
inseto me julgou

-pena capital: partir pra cidade do seu carnaval-

Somos provocação
sedentos à tentação
cedendo aos rugidos
opacos dos
diabos;
leões miados
doentes emoções  de
humano  padrão mimado:
Correndo por  patrões
chorando pelas mães
colhendo só
decepções...

-a oficina do fogo
afoga o afago que me acariciava-

Hoje está cheio ,
arranco a paz com a unha
mas creio na vitoria,
mesmo em lama crua
São chamas que me  mostram vivo
e se um dia errei,
saiba que fiz tudo por isso...

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Poesia

sou a exclamação,
onde as reticências tomavam forma.
o ponto final
no lugar da interrogação
sou a pausa,
onde deveria bater o coração.
sou a vírgula que prolonga prosa,
mas sou o verso parnasiano,
da sua conversa mais gostosa.
sou o hífen que evidencia-
sou a metáfora,
que se esquiva-
sinto vontade de sair dessa margem,
fugir como pleonasmo do senso.
a antítese, entre o céu e o inferno,
sou a concordância verbal,
vestida de terno.
sou o elo
que associa-se a prosopopéia,
afinal, ser humano é animal.
sou a sinestesia,
que deixou minha visão fria,
sou a catacrese,
que arranca a manga da árvore-
e da camisa também-
sou a hipérbole do amor,
a aliterção do rato que roeu a roupa do rei de roma,
sou a anáfora que reivindica o já citado.
eu sou o amor, que ainda hoje,

encontra-se inabalado.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

...

Li denovo aquela carta
A lágrima que escorria,
Hoje, por ironia,
Enrijeceu meu coração como pedra.
Certo da dúvida que agoniava,
E a mão que afagava,
Hoje apertou o gatilho.
Por que? Me pergunto.
O assunto é só meu comigo mesmo,
Me deixei a esmo por um bom tempo,
Tentando plantar em ti,
Algo que não consegui.

Confesso, evolui
Graças a abertura que meus olhos tiveram,
Mas me entristeci,
Quando ouvi o que ouvi.

Já estava na cara,
Cego pelo ego
Encontrei-me acorrentado ao perdão
Esquecendo a razão,
Presa a uma única motivação,
Você.

Você foi motivo
Força motriz da engrenagem,
Mas como diz Kamau:
"Preciso aprender a ser só,
A me manter só,
Me fortalecer só,
Por que não quero viver
E sobreviver só,
Não guardo rancor,
Aqui guardo amor,

Só..."